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A criptografia com a computação quântica

Não podemos dizer que a computação quântica está entre nós. Até porque o objetivo dela não será estar entre nós e sim ser aplicada em algumas soluções que estarão no background das aplicações e servidores.

Uma das aplicações que serão impactadas com a computação quântica é a Inteligência Artificial. O ganho de desempenho e velocidade no tratamento e processamento de dados dará um ganho substancial no quesito velocidade. Trazendo assim mais inovação.

Já para o usuário final, pouco mudará no uso do dia a dia. Já que os sistemas operacionais, aplicações e outras soluções são preparadas para o uso na atual computação. Para poucas situações valeria a pena o custo de migração para quântica. Já que o valor para desenvolver e manter um sistema assim, seria extremamente elevado.

Mas com as inovações, também temos novos problemas. E um dos principais problemas que a computação quântica traz ao usuário são com as criptografias.

Podemos dar uma passada rápida nos locais onde utilizamos isso e nem sabemos. Quando criamos uma senha no Facebook, por exemplo, a Meta precisa armazenar essa informação. Para que quando você digite a senha ela faça a checagem para saber se a informação está correta.

Por motivos óbvios de segurança, a empresa não mantém essa senha armazenada em texto simples. Ela aplica uma criptografia na senha digitada e armazena essa informação em formato de Hash. Como eles possuem a chave que gerou esse Hash, eles conseguem efetuar um “De – Para” para saber se a senha que você digitou condiz com o Hash.

E é exatamente aqui que começa o problema. Vamos imaginar o caso da LastPass, que vazou inúmeros cofres dos usuários. Dentro desses cofres estão senhas, informações sensíveis e cartão de crédito. Conforme a própria LastPass informou, o simples vazamento de dados não é um problema. Pois quem está com o cofre em mãos, não conseguirá quebrar a criptografia em menos de 100 anos. Esse é um tempo médio que o computador não quantico mais potente do mundo levaria para achar a matemática por traz da criptografia aplicada ao cofre.

Mas, quando falamos de computação quântica, não estamos falando de zeros e uns. Mas uma velocidade extremamente superior de processamento. Com isso os 100 anos caem para meros 10 dias.

Agora imagine essa tecnologia quântica aplicada em massa. Qualquer sistema atual de criptografia estaria automaticamente vulnerável. Tornando o armazenamento de senha e informações sensíveis praticamente públicos.

Para solucionar isso, o protocolo Signal, usado pelo WhatsApp e outros mensageiros, lançou um novo tipo de criptografia pós-quântica. Que adiciona outro protocolo, dentro do protocolo existente. Desse modo, além da variável matemática, teremos dentro da lógica um novo protocolo que fará uma nova adição de informações. Tornando o sistema “seguro” novamente.

Claro que a computação quântica está longe de atingir uma maturidade para estar disponível para as empresas. Mas, a aplicação de atualizações dos sistemas atuais para os novos padrões de segurança já pode entrar na pauta dos CIO e CTO pelo mundo. Começando, aos poucos, as atualizações dos sistemas.

Danilo Arouca
CIO | CTO | IT Consultant
TecnoLoide Tecnologia

Danilo Arouca

CIO | CTO | IT Consultant Consultoria para projetos e equipes. (Scrum Master) Gestão completa do departamento de TI para empresas. Profissional com mais de 20 anos de experiência.

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